Medição correta evita perdas de água
Em automação, a Conaut Controles Automáticos fabrica instrumentos para medição e controle de nível e vazão da água.
Além do ajuste da dosagem de produtos químicos, a correta medição do volume de água permite também ter controle real da situação para decisões adequadas. “Hoje o processo é feito por estimativas. O volume é ou não verdadeiro? Como tomar uma atitude sem ter certeza? Por exemplo, um bairro onde há vazamento. Se não for feito o controle com um medidor, não há como saber a quantidade real da perda de água. Com estimativas apenas, a perda é sempre maior do que se apura”, exemplificam Andres Forghieri, gerente especialista em saneamento básico, e Dr. Paulo Thiago Fracasso, gerente técnico do laboratório de vazão e nível da empresa.
Quanto bombear para um bairro? Se o projeto foi idealizado para X de vazão, quando há o parâmetro certo, é possível tomar uma atitude mais rápida. O que ocorre, muitas vezes, é um medidor para X de vazão ser utilizado no início da operação para uma vazão ainda é pequena. Neste caso, é preciso usar um medidor para a pequena vazão primeiro e depois trocá-lo por outro adequado para quando atingir a vazão maior”, explicam.
No Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento de 2014 referente a 2012, o índice de perdas no Brasil foi de 39,4%. “São águas que vão para o ralo. É uma questão política. Não há mais onde buscar água. Existe uma falta de controle real. Sempre há perdas. Na Alemanha, as perdas são de 6%. No Brasil, não existem regras. Em 2012, por exemplo, as prefeituras tinham que entregar um plano de saneamento e não o fizeram”, lamentam.
As diretrizes do setor são regidas pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para confiabilidade da medição. A Rede Brasileira de Calibração (RBC), criada em 1980 para atender à demanda de metrológica, é composta de 22 laboratórios credenciados pelo Inmetro que atuam com água, óleo, ar, gás e anemometria. Em saneamento, são dez laboratórios, sendo dois deles da Conaut.
“O Inmetro foi criado em 1973, quando nos outros países já existiam órgãos reguladores desde o início do século passado. A indústria que começou a medir e exigir regulamentação foi a de petróleo e gás, por serem itens muito caros. O Brasil não tem referência nem critério de calibração. São bilhões que se perdem. Á água é fluido vital. Os engenheiros fazem o projeto e não sabem como medir e qual tecnologia usar. Fazemos treinamentos e workshops para oferecer aos clientes bons profissionais e ensinar como montar o medidor corretamente”, esclarecem os gerentes da Conaut. A empresa dispõe de medidores eletromagnéticos; eletromagnéticos que não necessitam de trechos retos, podendo ser montados após curvas, reduções, válvulas, etc.; ultrassônico intrusivo, parceria com uma empresa dinamarquesa, com 0,5% de erros, facilita a medição sem interrupção do processo; e pitometria, forma mais utilizada para calibração de macromedidores, aplica-se a medidores com mais de 200 mm de diâmetro.
Treinamentos
Para obter os melhores resultados em projetos de automação, é fundamental que a equipe técnica entenda, conheça e absorva as melhorias e benefícios do novo sistema.
“É importantíssimo que se invista na capacitação técnica destes profissionais. Prova disso é a política de investimentos que as companhias de saneamento têm feito”, salientam Solera e colaboradores. “Falta conhecimento técnico, o mercado hoje é carente de mão de obra especializada, por isso, ministramos os treinamentos”, afirmam os gerentes da Conaut. A empresa realiza treinamentos sobre os seguintes temas:
Índice de perdas e confiabilidade metrológica – A calibração de medidores de vazão identifica e quantifica os desvios de medição. Com base nestas informações, gerentes e técnicos podem tomar decisões para o controle de perdas, melhoria das práticas operacionais e troca de medidores inoperantes. Nas empresas, reflete-se na redução do índice de perdas e de gastos na produção.
Melhores resultados – O dimensionamento correto do medidor, escolha do local e ligações elétricas, dentre outros fatores, garantem menores perdas de energia e melhor medição.
Submedição – Fazer adequações em instalações de saneamento básico implica gastos financeiros e grandes períodos de interrupção no fornecimento. Para atender esta demanda e mudar o paradigma de ter trechos retos, o Waterflux mede vazão com precisão de 0,5% em locais com perturbações severas e singularidades, como válvulas, curvas, reduções, etc.
Micromedição e macromedição – A escolha da correta tecnologia com confiabilidade metrológica é fundamental para resultados confiáveis.
Gestão energética – Os gastos com energia elétrica na distribuição de água são significativos. A gestão energética otimiza despesas, reduz perda de água, previne intervenções corretivas e aumenta a robustez do sistema.